Viver bêbado e/ou drogado não é um sinal de força, é um sinal de fraqueza...Cadê aquela coragem de enfrentar a vida, o mundo de cabeça erguida? Cair e levantar consciente e sobriamente, lembrar de tudo, aprender com o mundo?
-Po**a nenhuma!!! - exclamou o estéril. Sem graça, sem cor, sem água, sem suor, sem saliva...engole a seco!
O bom e o gostoso da poesia é que nela você escreve o que quer, o que não quer, o que sente (ou ñ), o que deseja (ou ñ), o que te excita ( ou ñ), o que te (in) mobiliza sem se comprometer, sem necessariamente ser (in) verdade!
No segundo dia de 2012 em Maceió, eu tive o prazer de conhecer o grande poeta Valter Di Lascio. Em diversos blogs é possível ler sobre esse homem, suas poesias, sua história e etc, mas pretendo mostrar aqui de uma forma singular e ao mesmo tempo plural o trabalho desse cara.
Aos Seus Pés ( Valter Di Lascio )
Um certo dia, uma mulher aparentemente forte e levemente sorridente caminhava pelas ruas da cidade, saltitava vez ou outra, pois evitava pisar em linhas (as que dividem os pisos ). Ao parar em um ponto de ônibus se deparou com um homem maltrapilho, fedorento e mal educado, pois, ele a encarou de uma forma desagradável e a culpou por ter balançado um pouco o banco vermelho, velho e acabado do ponto de ônibus.
Após 30 min notou que ao seu lado oposto havia a presença de uma garota vistosa, cabelos soltos, olhar radiante e um sorriso extremamente fácil. A mulher que estava incomodada com a companhia daquele homem aparentemente desagradável, começou a perceber a polaridade daquele ponto de ônibus, pois logo quando chegou ali só havia notado a presença de alguém que a incomodava e que já estava transformando o dia em algo tempestuoso.
De repente algo cai sobre os pés da mulher, machucando-os e fazendo-a sentir bastante dor, mas ela estava distraída e não conseguiu ver de onde veio aquele treco pesado que caiu sobre seus pés. Furiosa, olhou de cara feia para o maltrapilho e cuspiu palavrões e o culpou por tamanha dor.
Novamente, sem perceber de primeira, notou uma gargalhada sussurrante e debochada a qual não saia da boca do homem "desagradável", foi a partir daí que a mulher virou-se e viu aquela garota bonita e sorridente, com as mãos sujas de terra e com a cara lavada e debochada, gargalhando do acontecido. Minutos depois a garota subiu em um ônibus, levando com ela todo o odor que pairava no ponto de ônibus, deixando bem claro de onde vinha a "fonte" da sensação de desconforto daquele local.
O homem levantou-se e apressada para pedir desculpas a mulher segurou-o pela mão, pediu perdão pela grosseria e desejou ao homem um ótimo dia. Calmo, deixou escapar um leve sorriso e disse: não precisa pedir desculpas, as pessoas costumam me tratar assim, porque não ligo a mínima para marcas de roupa, sapatos, enfim, não ligo para a aparência e a cada atitude de desprezo que recebo das pessoas, agradeço por não agir e não pensar da mesma forma que as mesmas, deste modo, aparentemente do nada, eu te agradeço por um favor que eu te fiz!